29 setembro 2007

volátil - julia amaral






Carregar um projetor de slides pelo centro da cidade, e mais outro apetrechos. Inventar métodos de apagar as luzes de postes. Achar uma locação adequada. Pedir autorizações escritas e verbais para subir andares de prédios, alcançar suas janelas para mirar o sensor do poste (que somente acende quando a luz do dia escasseia) com uma lanterna e fazer cessar sua luz. Pedir água de uma torneira da barbearia. Tentar lavar o chão com esfregão, depois com vap. Molhar os passantes na tentativa da limpeza. E foi inútil. E chove. Depois subir outro prédio, uma sala, abrir a janela, conectar cabos, ligar e segurar o projetor por fora da janela com sua luz direcionada ao chão sujo de todo dia. Uma imagem surge e absorve o chão-pele onde se projeta. Volátil e ressonante.

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